Barcelos participa do Seminário sobre o Prodetur +Turismo em Manaus

Barcelos participa do Seminário sobre o Prodetur +Turismo em Manaus

O Ministério do Turismo, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES, Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa – SEBRAE, Associação Brasileira de Desenvolvimento – ABDE e Governo do Estado do Amazonas, por intermédio da Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR, realizou nesta quinta- feira (5) em Manaus, o SEMINÁRIO DE DIVULGAÇÃO DO PRODETUR + TURISMO. O município de Barcelos esteve presente no evento representado pelo seu assessor de turismo Vadilson Gonçalves.

O PRODETUR + TURISMO é um programa de governo que apóia as unidades da federação, os municípios (que integram o mapa do turismo) e o setor privado do turismo, no acesso a recursos provenientes de financiamento nacionais e internacionais, para viabilizar a execução de projetos de estruturação do turismo nos territórios priorizados, como uma das medidas para o desenvolvimento no setor de turismo.

Explanaram sobre o programa: Eduardo Madeira, coordenador Geral de Planejamento Territorial do Ministério do Turismo; Job Rodrigues, representante do BNDES; Marcos Paulo Vale, representante Associação Brasileira de Desenvolvimento; Carlos Fábio de Souza e Evanildo Pantoja, representantes do SEBRAE/AM.

Hotel Cidade

Onde ficar em Barcelos!

Localizada a 401 km de Manaus, Barcelos, no Amazonas, é uma cidade cercada de águas, de modo que sua atividade turística destaca-se pelo ecoturismo e pela pesca desportiva.

Ver parte histórica neste Link: História de Barcelos

Você olha para o céu e vê a maior queda d’água do Brasil, a cachoeira do El Dorado. Você olha para o chão e vê a caverna mais profunda do Brasil, o abismo Guy Collet. Tudo parece ser imenso,  Arquipélago Fluvial Mariuá o maior do Mundo, o segundo maior município do Brasil em extensão territorial. Entre céu e terra, nas praias às margens do Rio Negro, a capital do peixe ornamental e a maior concentração  dos Maiores tucunarés de  toda a Amazônia.

A cidade oferece algumas opções de hospedagem; das mais simples as mais requintadas, sempre ornamentadas com lindas pinturas e artesanatos locais. Faça sua reserva! se  chegar de última hora, poderá optar a que mais se encaixa ao seu perfil, dependendo da disponibilidade de vagas.
Abaixo alguns hoteis e pousadas que Barcelos oferece:

hotel cidade
HOTEL CIDADE – Avenida Mariuá – Centro FONE: (97) 3321-1320

 


Hotel rio negro
HOTEL RIO NEGRO – Avenida Mariuá, 97 – Centro – (97) 3321-1260 – http://www.juniorpesca.com.br/

 


Hotel ornamental
HOTEL ORNAMENTAL – Avenida Mariuá – Centro – Fone: (97) 3321-1381

 


HOTEL MACEDO
HOTEL MACÊDO – Avenida Mariuá – Centro – Fone: (97) 3321-1133

 


POUSADA ÁGUA NEGRA – Avenida Mariuá, 25A – Centro – Contato: (97) 99156-0190 / 99158-6597 – (92) 99519-4076

 


 

pousada Flor da Mata
POUSADA FLOR DA MATA – Rua Dorval Porto – Centro – Fone: (97) 3321-1633

 

Fonte: Portal Barcelos na NET

Barcelos recebe oficina de sensibilização e planejamento turístico – AMAZONASTUR

Nos dias 02 e 03 de Agosto de 2017, na Escola Estadual São Francisco de Sales, foi realizada uma Oficina de Sensibilização e Planejamento Turístico, promovida pela Empresa Estadual de Turismo – AMAZONASTUR em parceria com a Prefeitura Municipal de Barcelos, mediante assessoriado turismólogo Vadilson Gonçalves.

Na oportunidade foram convidados a participar as Secretarias Municipais de Assistência Social, Cultura e Meio Ambiente e todo o Trade turístico de Barcelos: Empresários do ramo de hotelaria, bares e restaurantes, operadores de turismo, taxistas fluviais (bandeirinhas), “barraqueiros” da “Praia Grande”, taxi lotação, moto- taxistas, artesãos e instituições de ensino. Entre várias temáticas, foram abordadas, conceitos de turismo, segmentação turística, educação patrimonial, legislação turística e experiências de turismo em comunidades. De forma participativa, os presentes apresentaram as problemáticas relacionadas ao desenvolvimento da atividade turística no nosso município, bem como possíveis soluções, onde foram colocadas pelos grupos, idéias de projetos para melhorias da referida atividade.

Seguindo a programação, foram realizadas visitas técnicas, onde o Professor MSc. Francisco Everardo Girão, moderador da oficina, visitou a comunidade de Santo Antonio, no sentido de detectar as potencialidades para o turismo comunitário, visitou ainda o box de artesanato no mercado municipal, alguns de nossos prédios históricos como a capela de São Sebastião, Igreja de Nossa Senhora da Conceição, o Bar Santa Rita e a Prefeitura Municipal, esses, grandes elementos que trazem potencialidades para o Turismo Cultural.
Gostaríamos de agradecer a diretora da Escola São Francisco de Sales, Irmã Cristina por ceder o espaço, a professora Lia Gonçalves pela disponibilidade e o apoio durante esses dias, ao Secretário Municipal de Cultura Adelson Filho, a Prefeitura Municipal de Barcelos, na pessoa do prefeito Edson Mendes, que estabeleceu a parceria com o governo do estado no sentindo captar essa oficina para o nosso município.

Essa iniciativa é de grande relevância para o nosso turismo, pois tudo que foi construído de forma participativa durante esses dias, irá gerar um relatório que servirá de subsídios para a atualização do Plano Municipal de Turismo, e para que assim possamos alavancar essa atividade, transformando todo nosso potencial num efetivo produto turístico formatado.

Expedia-aponta-Barcelos-como-um-dos-20-destinos-mais-bonitos-para-se-visitar-no-Brasil

Expedia aponta Barcelos como um dos 20 destinos mais bonitos para se visitar no Brasil

A Expedia Brasil, uma empresa americana e uma das maiores agências de viagens do mundo, indicou Barcelos – AM como um dos destinos mais bonitos para se visitar no Brasil.

A empresa considerou que o município apresenta uma beleza única, com uma a natureza quase intocada, hospitalidade e ótimos comentários dos visitantes em diversas fontes. Características como essas sobre a cidade e região podem ajudar a atrair mais  turistas.

Localizada a 401 km de Manaus, Barcelos, no Amazonas, é uma cidade cercada de águas, de modo que sua atividade turística destaca-se pelo ecoturismo e pela pesca desportiva.
Você olha para o céu e vê a maior queda d’água do Brasil, a Cachoeira do El Dorado. Você olha para o chão e vê a caverna mais profunda do Brasil, o abismo Guy Collet. Tudo parece ser imenso, Arquipélago Fluvial Mariuá o maior do Mundo, o segundo maior município do Brasil em extensão territorial. Entre céu e terra, nas praias às margens do Rio Negro, a capital do peixe ornamental e a maior concentração dos Maiores tucunarés de toda a Amazônia.

“Quando pensamos nas férias, além das atrações e dos inúmeros roteiros de diversão, no fim o que importa é saber que estamos em boas mãos. Seja nos serviços do hotel, no tipo de cozinha e restaurantes oferecidos no destino, e ainda, na hospitalidade e na cultura de seu povo”, comenta o blog Viajando com a Expedia.

A classificação foi baseada nos comentários de usuários. As dicas e sugestões dos viajantes são sempre fundamentais na hora de escolher entre tantas alternativas. A Expedia listou Barcelos como o SEGUNDO destino.

“O Rio Negro é o pano de fundo que forma paisagens incríveis, especialmente enquanto o sol se põe. As enormes formações rochosas do Parque Estadual da Serra do Aracá “protegem” os tesouros por trás da densa floresta amazônica, como é o caso da belíssima Cachoeira do El Dorado – considerada a maior queda d’água livre do Brasil.”, completa.

Conheça o Parque Estadual Serra do Aracá no Amazonas

A Amazônia talvez seja o bioma mais famoso do mundo, entretanto, nem todos os seus tesouros foram descobertos ainda. Um deles é o Parque Estadual Serra do Aracá (AM), localizado no Município de Barcelos(401  km de Manaus) na região de montanhas da Floresta Amazônica, na fronteira com a Venezuela. São quase dois milhões de hectares que guardam a maior cachoeira em queda livre do Brasil, a El Dourado, com 353 metros de altura, e dezenas de espécies endêmicas. Um patrimônio pouco conhecido e, infelizmente, pouco cuidado.

Gestor do parque há um ano e meio, o ecólogo Gustavo Ganzaroli é o responsável pela linha de frente na tentativa de dar visibilidade à unidade e captar recursos para sua implementação. Há anos a unidade de conservação (UC) tenta resolver o impasse da sobreposição com a Terra Indígena Yanomami e com a Floresta Nacional do Amazonas.

“Mesmo que o tamanho do parque diminua, nós não perderemos área de proteção, porque essa área é protegida pela Terra Indígena. E resolvendo a redelimitação, poderíamos avançar na conclusão do Plano de Gestão, começar a regulamentar o turismo e desenvolver a infraestrutura básica”. Segundo o Gestor.

O entrave para conseguir alterar o perímetro da unidade é outro, a falta de recursos. O parque não recebe recursos da ARPA, como a maioria das unidades de conservação amazônicas, tampouco possui uma verba própria que permita financiar a consulta pública necessária para redefinir os limites do parque.

Parque Estadual Serra do Aracá (AM). Foto: Gustavo Ganzaroli

Confira a entrevista que o WikiParques fez com Gustavo Ganzarolli:

WikiParques: O Parque Estadual Serra do Aracá existe há mais de 20 anos, mas é desconhecido da maioria dos brasileiros. Conte um pouco da história do parque.

Gustavo Ganzaroli: O Parque Estadual Serra do Aracá foi criado em 1990, através de um decreto que criou várias unidades de conservação no estado do Amazonas (Decreto Estadual n° 12.836/1990). Já haviam sido realizadas expedições de reconhecimento e pesquisa na década de 80 que identificaram várias espécies endêmicas e raras na Serra do Aracá, mas não houve estudos prévios para criação do parque em si. Dois anos depois foi criada a Terra Indígena Yanomami, sobreposta ao parque. De fato, existe uma ocupação indígena ali há décadas e a FUNAI (Fundação Nacional do Índio) já estava estudando a criação dessa área quando o parque foi instituído. Depois da homologação da terra indígena, uma outra unidade de conservação foi criada sobreposta ao parque: a Floresta Nacional do Amazonas (AM).

Por anos a UC foi um daqueles parques de papel, porque tinha sido criado, mas ninguém do estado tinha feito nada. Só em 2006, o estado do Amazonas começou a fazer as primeiras expedições de reconhecimento desse parque. E em 2009, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), através do extinto CEUC (Centro Estadual de Unidades de Conservação), fez uma parceria com a Fundação Vitória Amazônica (FVA), uma ONG local, para captação de recursos com o objetivo de implementar o parque.

Nessa época, o corpo da SEMA era bem grande, eram tempos de vacas gordas, por assim dizer, diferente da crise que estamos vivendo agora. E nós demos início aos estudos necessários para elaboração do Plano de Gestão, que é como nós chamamos o Plano de Manejo. Em 2010, foi concluída a primeira versão desse plano, e levada para discussão em uma consulta pública, que é quando a população é convidada a participar do processo. Nessa consulta, os membros das organizações indígenas falaram do problema da sobreposição. No Plano de Gestão nós elaboramos regras, fazemos o zoneamento, entre outras coisas, isso incomodou os Yanomamis pela perspectiva de ter um parque ditando as regras do território deles. A própria Constituição reconhece o direito de uso inalienável dos índios sobre a sua terra (Artigo 231 da Constituição). Nós reconhecemos o direito dos indígenas, e iniciamos o trabalho para retirar essa sobreposição e alterar o perímetro da unidade. Com esse objetivo, em 2012, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), dentro da Secretaria, composto por várias ONGs, governo e pelos próprios indígenas através das suas instituições, para entrar em acordo sobre a redelimitação.

De vermelho, o perímetro atual do parque; de amarelo, a Terra Indígena Yanomami; e de azul a Flona Amazonas. Sobreposição corresponde à 80% do território do Parque Estadual Serra do Aracá.

Quais foram as propostas para redelimitação?

A região da Serra do Aracá em si, onde está a maior cachoeira em queda livre do Brasil e os tepuis (montanhas cuja formação se assemelha a uma meseta), não está no Território Indígena. Portanto, mesmo desafetando a área com sobreposição, preservaríamos a Serra dentro da unidade. A primeira proposta era simplesmente reduzir o parque para área em que não há sobreposição, o que corresponde a uma redução de cerca de 80% do território total. Para não haver uma redução tão grande, foi feita uma segunda proposta de ampliá-lo na sua zona de amortecimento, onde passaria a ter uma extensão de 908 mil hectares. Isso faria com que o parque abarcasse outras áreas importantes para conservação, inclusive uma região muito rara geologicamente, que é uma formação de areais, dunas e campinas no meio da Amazônia, ao sudeste da Serra do Aracá. Portanto, os técnicos propuseram que, uma vez que o parque seria redelimitado, ele deveria incluir essa área.

A terceira proposta segue a mesma lógica de reduzir e ampliar. Porém criando uma unidade de conservação de uso sustentável em uma região onde existem comunidades ribeirinhas tradicionais que sobrevivem do extrativismo da piaçava. Ou seja, reduzir o parque, mas adicionar uma unidade de uso sustentável em área contígua. Essa ideia de ampliar o parque ou de criar outra unidade de conservação não avançaram muito porque existe o interesse da FUNAI para criação de uma outra Terra Indígena nessa área, apesar deles ainda não terem concluído os estudos na região.

Por que a redelimitação ainda não aconteceu?

Depois que o Grupo de Trabalho apresentou seu relatório, o próximo passo seria marcar uma nova consulta pública para discutir a redelimitação. Entretanto, o desafio é que, para essa consulta ser feita, são necessários recursos para garantir a participação da comunidade e viabilizar a ida das pessoas ao município de Barcelos (AM). A logística na Amazônia é muito complicada, nós dependemos de muito recursos apenas para fazer uma reunião dessas acontecer. É gasto de combustível, barco para buscar as pessoas nas comunidades… Essa consulta pública não aconteceu ainda por falta de recursos.

Parque Estadual Serra do Aracá (AM). Foto: Gustavo Ganzaroli

Como é a relação com a Floresta Nacional do Amazonas, que também está sobreposta ao parque?

A questão da Floresta Nacional é um pouco mais sensível. Entre o parque e a Terra Indígena há uma maior compatibilização de interesses e, se esse diálogo do governo com os indígenas melhorar, é possível trabalhar em conjunto. O contexto da Flona é mais complicado, porque é uma categoria de unidade voltada para uma perspectiva econômica, para exploração da própria floresta. Inclusive houve um grande receio de que a unidade estivesse sendo criada para concessão de minérios. Hoje a Flona não cumpre seu papel como unidade de conservação, não tendo sido ainda efetivamente implementada pelo ICMBio.

Qual sua opinião sobre a redelimitação?

As pessoas precisam entender que mesmo que o tamanho do parque diminua, nós não estamos perdendo área de proteção. Porque essa “área perdida” já é Terra Indígena. Não estamos falando, portanto, em reduzir a proteção da área. E se a redução do parque fosse efetivada poderíamos avançar na conclusão do Plano de Gestão, começar a regulamentar o turismo e desenvolver a infraestrutura básica da unidade. Já seria um progresso.

Como é a gestão da unidade diante da falta de recursos?

Eu estou na gestão há um ano e meio. Antes de mim, a UC ficou três anos sem gestor. Houve uma única outra gestora, em 2013, eu acho, que ficou apenas um ano, e nas mesmas condições de falta de recursos para trabalhar. Eu não sou cargo comissionado da SEMA, tampouco concursado. Eu entrei por um processo seletivo de um projeto com recursos de compensação ambiental. O estado conseguiu me colocar como gestor, disponibilizou o escritório, mas o governo do estado dispõe de poucos recursos próprios para lidar com as unidades de conservação. A maioria das UCs sobrevive através do ARPA [Programa de Áreas Protegidas da Amazônia]. Mas  o ARPA não apoia unidades de conservação com conflito territorial e sobreposição, como o nosso parque e o próprio Parque Nacional Pico da Neblina (AM), que também não recebe recursos do programa. Só que para fazermos a redelimitação precisamos de recursos, ou seja, estamos em uma sinuca de bico.

Parque Estadual Serra do Aracá (AM). Foto: Gustavo Ganzaroli

E a equipe do parque é só você, então?

Exato, mas eu conto com o apoio de diversos assessores da SEMA do escritório em Manaus e da rede de gestores das outras unidades estaduais. Como eu fui contratado por um projeto específico, meu vínculo é temporário, com prazo determinado. Eu sei que vou sair em junho, quando termina o contrato.

Como é a visitação na unidade?

Aqui na SEMA nós possuímos um trâmite para visitação das unidades de conservação. É necessário seguir esse procedimento para ser autorizado e ganhar uma espécie de “licença de entrada”, na qual explicamos como é feito o acesso na UC. Isso vale para todas as unidades de conservação estaduais do Amazonas. Não são todas as pessoas que fazem isso, para ser sincero. Algumas pessoas entram nas unidades sem autorização, às vezes até pela falta de uma infraestrutura no local que sinalize aos visitantes a necessidade dessa autorização prévia da SEMA.

No caso do Parque Estadual Serra do Aracá, para chegar nele é preciso fazer uma expedição. Nós temos até um pouco de receio de divulgar o parque, porque apesar dele ter muitos atrativos, ele não oferece nenhuma infraestrutura de apoio à visitação. Existe turismo, mas é um público bem restrito. As trilhas são de alto grau de dificuldade, não é qualquer pessoa que sobe lá, tem até um trecho de escalada para chegar no alto da serra. Em agosto do ano passado, eu realizei uma atividade de monitoramento na região, acompanhando um operador de turismo que organizou um grupo para visitar o parque. Essa foi a única vez que visitei a unidade, e uma oportunidade de saber como ela é e como acontece a visitação nela.

E existe pesquisa no parque?

Sim. O Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (INPA) já foi lá algumas vezes, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro também já visitou a unidade, fizeram até um filme, mas são principalmente instituições de pesquisa da Amazônia. Lá existem muitas espécies raras e endêmicas. Em toda expedição científica são descobertas novas espécies e feitos novos registros pro Brasil, de espécies que às vezes só eram conhecidas na Venezuela, que faz fronteira com o parque e abrange essa região de montanhas da Amazônia. Todas essas pesquisas também passam por um trâmite específico do SEMA para serem autorizadas. É necessário assinar um termo de compromisso, onde deixamos claro o risco da expedição, uma vez que não é um local de fácil acesso e não possuímos nenhuma infraestrutura lá.

Parque Estadual Serra do Aracá (AM). Foto: Gustavo Ganzaroli

Como é feita a fiscalização da área? E quais os principais problemas na unidade?

Como o parque está em uma região de fronteira, o próprio Exército monitora a área. Lá não há tanto desmatamento porque é uma região muito distante, a última comunidade está a quase 200 quilômetros de distância em linha reta, por meio de rios. O desmatamento acontece em baixa escala, mais próximo das comunidades. O que foi constatado é o garimpo. Isso já foi denunciado pelos próprios Yanomamis, porque é um problema da região como um todo.

Diante do tamanho do desafio de gerir um parque nesse contexto, qual sua principal meta de gestão?

O meu objetivo é mostrar a importância do parque. Ele é desconhecido, pouquíssimas pessoas sequer ouviram falar dele. Minha meta é divulgar esse patrimônio e sensibilizar as pessoas e, consequentemente, os políticos. A conservação precisa ser uma pauta prioritária nas agendas. O objetivo de um parque, de uma forma geral conforme descrito pelo SNUC [Sistema Nacional de Unidades de Conservação] é a visitação turística e a pesquisa. Para ele funcionar como parque é necessário, portanto, um recurso expressivo que permita implementá-lo, criar trilhas, capacitar condutores, ter a presença de guarda-parques, uma sede no local. O parque abriga a maior cachoeira do Brasil em queda livre, a caverna mais profunda de quartzito, a paisagem do lugar é linda, temos um potencial turístico enorme.

Apesar de ser um pouco chata essa questão de ordenamento territorial, ela pode ser uma oportunidade para gestão desses conflitos. Se todos os interessados sentarem na mesa: o órgão estadual, o órgão nacional, as comunidades tradicionais e os indígenas; para definir e ordenar o território, essa redelimitação pode ser uma referência para outras áreas protegidas no Brasil.  Por um lado o parque funciona como uma barreira de proteção para os indígenas, por outro, eles podem auxiliar o turismo no parque, como está sendo desenvolvido no Parque Nacional Pico da Neblina. Também queremos integrar as unidades da região do Alto Rio Negro. Inclusive existe a oportunidade da Serra do Aracá fazer parte do roteiro “Montanhas Sagradas”, uma iniciativa do ICMBio no Pico da Neblina. Além disso, estamos tentando sensibilizar o ARPA e o Ministério do Meio Ambiente para captação de recursos que permitam a implementação da unidade. A nossa meta é unir forças em nome da conservação.

Com informações do WikiParques